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Narciso - Gomes Leal
Caravaggio 
Dentro de mim me quis eu ver. Tremia.
Dobrado em dois sobre o meu próprio poço...
Ah, que terrível face e que arcabouço
Este meu corpo lânguido escondia!
Ó boca tumular, cerrada e fria,
Cujo silêncio esfíngico eu bem ouço!...
Ó lindos olhos sôfregos, de moço,
Numa fonte a suar melancolia!...
Assim me desejei nestas imagens.
Meus poemas requintados e selvagens,
O meu Desejo os sulca de vermelho:
Que eu vivo à espera dessa noite estranha,
Noite de amor em que me goze e tenha,
... lá no fundo do poço em que me espelho!
 
 
 
          
      
 
  
 
 
 
  
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