sexta-feira, 12 de junho de 2009

Soneto - Nuno Júdice

(Imagem:Picasso)

Lábios que encontram outros lábios
num meio de caminho, como peregrinos
interrompendo a devoção, nem pobres
nem sábios numa embriaguez sem vinho

que silêncio os entontece quando
de súbito se tocam e, cegos ainda,
procuram a saída que o olhar esquece
num murmúrio de vagos segredos?

É de tarde, na melancolia turva
dos poentes, ouvindo um tocar de sinos
escorrer sob o azul dos céus quentes,

que essa imagem desce de agosto, ou
setembro, e se enrola sem desgosto
no chão obscuro desse amor que lembro.

6 comentários:

Robertinho disse...

genial. é seu?

Ines Mota disse...

Oh, não, Roberto.(Quem dera!), rs
Esse soneto é do Nuno Júdice, um grande poeta e ficcionista português.
Grande abraço.

Roque Soto disse...

E ese outro poeta cuxa voz sona di: Let's get it on baby.

Unha aperta

Dario disse...

Te invito a mi festa este fin de semana!!

MentesSueltas disse...

Ines, te abrazo con el cariño de siempre

MentesSueltas

Fred Matos disse...

Ótimo post, Ines.
Bom fim de semana.
Beijos