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Quarto em desordem - Carlos Drummond de Andrade
(Imagem:Lucien Clergue) Na curva perigosa dos cinqüenta
derrapei neste amor. Que dor! que pétala
sensível e secreta me atormenta
e me provoca à síntese da flor
que não sabe como é feita: amor
na quinta-essência da palavra, e mudo
de natural silêncio já não cabe
em tanto gesto de colher e amar
a nuvem que de ambígua se dilui
nesse objeto mais vago do que nuvem
e mais indefeso, corpo! Corpo, corpo, corpo
verdade tão final, sede tão vária
a esse cavalo solto pela cama
a passear o peito de quem ama.
6 comentários:
Arrebentou! Esse poema é tudo de mais lindo...
PS: a foto tb
Moitas veces derrapamos no amor por no ver con ollos da persoa a quen amamos.
Unha aperta
Muito bonito este poema, mas a fotografia também é linda d+!
Abraços.
Jefferson.
drummondsupremo!
la vida cabalga como un caballo desbocandose ayer y ahora
saludos
Belissimo!!!!!!
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