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Poema olhando um muro (Mário Quintana)
(Klimt)
Do
escuro do meu quarto
- imóvel como um felino, espio
a lagartixa imóvel sobre o muro: mal sabe ela
da sua presença ornamental, daquele
verde
intenso
na lividez mortal
da pedra... ah, nem sei eu também o que procuro, há tanto...
nesta minha eterna espreita!
Pertenço acaso à raça dos mutantes?
Ou
sou, talvez
- em meio às espantosas aparências de algum mundo estranho -
um espião que houvesse esquecido seu código, a sua sigla, tudo...
- menos
a gravidade da sua missão!
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